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Cantar Sobre os Ossos

Performance (30') , 2015

Video (0'57')', 2015

apresentada no: Festival Perturbe (Curitiba), Quintavant/Audio Rebel (Rio de Janeiro), atelier MEIO (Rio de Janeiro), Ibrasotope (São Paulo)

 

Link performance: https://youtu.be/0OJCWaw078U

Link vídeo: https://vimeo.com/254939051


 

"Em algum momento da corrida, seja pela velocidade, atravessando um rio que salpica água ou pela incidência de um raio de sol ou luar ao seu lado, o lobo é subitamente transformado em uma mulher que ri e corre livre em direção ao horizonte. Portanto, diz-se que se você está vagando pelo deserto, ao redor do pôr do sol, e talvez esteja um pouco perdido, cansado, sem dúvida você tem sorte porque LA LOBA pode simpatizar com você e lhe ensinar algo - algo da alma." Pinkola

 

Cantar sobre os ossos é um termo retirado do livro de Clarissa Pinkola "Mulheres que correm com os lobos" e se refere ao mito da Loba, da Mulher Selvagem. No mito, essa mulher é uma senhora que vive isolada na montanha e seu único trabalho é o de recolher ossos, preferencialmente de lobos. Ao completar o esqueleto, ela canta, e esse corpo é reconstituído. 

Num processo análogo, a performance sonora procura remontar o mito. Na primeira parte, sons de autoria feminina são empilhados gradativamente até atingir um limite. Qual é o limite do audível e do inaudível? O som é assim submetido ao processo de degradação e é gravado em uma fita k7 em tempo real. A fita k7 simboliza, portanto, os ossos, que são paulatinamente recolhidos. Na última etapa, essa fita completa é rebobinada e disparada e canta-se sobre ela. O canto tem função restauradora. Busca-se assim o limite da inquebrável estrutura dos ossos. Os ossos como última instância. 

 

obs: o áudio na fita cassete encarna um processo morto. 

 

A obra visual busca reproduzir esse processo de saturação de imagens, utilizando imagens de arquivo da internet desde bailarinas do Faustão, até cenas de um estuprador sendo preso, e de uma mulher sobrevivente de um ataque de um tigre na Índia. 

 

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​Performance (30') , 2015

Video (0'57')', 2015

 

shown at: Festival Perturbe (Curitiba), Quintavant/Audio Rebel (Rio de Janeiro), atelier MEIO (Rio de Janeiro), Ibrasotope (São Paulo)

“At some point of the race, either by speed, by crossing a river splashing water or by the incidence of a ray of sunlight or moonlight on his side, the wolf is suddenly transformed into a WOMAN laughing and runs free toward the horizon. Therefore, it is said that if you are wandering through the desert, around the going down of the sun, and maybe be a little lost, tired, no doubt you are lucky because LA LOBA can sympathize with you and teach you something - something of the soul.” Pinkola.

 

Singing over the bones is a term taken from Clarissa Pinkola's book “Women who run with the wolves”. In the myth, the woman (La Loba) lives in the mountains and her only work is to collect bones, preferably of wolves. When the skeleton is complete, she sings over it and the body is reconstituted. 

In an analogous process, the sound performance seeks to reassemble the myth. In the first part, female-authored sounds are gradually piled up to the point of saturation. This process is made in real time. What is the limit of the audible and the inaudible? The sound is thus subjected to the process of degradation and is recorded on a k7 tape in real time. The k7 tape thus symbolizes the bones, which are gradually collected. In the last stage, this complete tape is rewound and fired, and singing is performed over it. Singing has a restorative function. The limit of the unbreakable structure of the bones is thus sought. The bones as the last instance.

 

Obs: The audio on the cassette tape embodies a dead process.

 

The visual work seeks to reproduce this process of saturation of images, using archive images from the internet, from Faustão's dancers, to scenes of a rapist being arrested, and a woman surviving a tiger attack in India.

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